domingo, 10 de abril de 2016

A "loba"

Ela cheia de volúpia e com gestos muito femininos
Olhou-o nos olhos
Cruzou as pernas e tirou algo da sua mala que segurava no seu colo
Esboçou um sorriso
Não gozava nem ria, mas ele estava desenhado
Em cima da mesa deposita um preservativo
Ele astuto e confiante sentiu que sua presa estava ganha
Simplesmente disse, 
Afirmou:
"Também te desejo!"
Como poderia perguntar se tal evidência respeitava o sinal mais básico e carnal da caçada adquirida
"Vamos subir ao meu quarto!"
Ela com seu puro e gélido ar de malícia, 
Tal qual o arqueiro aponta o seu alvo ou a aranha na sua teia,
Deliciosamente respondeu num sussurro
"Guarda esta protecção. Protege o mundo de ti."
A vida dele tinha descido num ápice ao seu ponto inicial, indefeso e idêntico ao de um recém nascido desprovido de qualquer forma de autonomia.
A loba, ora desprotegida, agora predadora
Sentia que defendia a próxima vítima

Rui Santos (10/04/2016)

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